Excerto: ...n'uma expressão de appello aos pés que devem calçal-os. De repente sae do leito um suspiro mais profundo, o bocejo de quem desperta. E o cortinado descerra-se um pouco, para dar passagem ao joven noivo, em cujos labios se desenha um franco sorriso de satisfação intima. E lá dentro, na meia sombra que as rendas projectam, dorme ainda a formosa Paula, semi-núa, no inconsciente despudor de um somno que foi agitado. Alfredo olha para todos os lados, muito 79 contente e risonho. Ao ver o raio de sol que beija-lhe as plantas, estremece de jubilo, gosando a sua ventura n'um devaneio de grande felicidade por vir. Mas de subito, estarrecido, confuso, muito pállido e crispando as mãos, entra a tremer todo, com as feições demudadas, os cabellos arrepiados na cabeça encandescida! Á cabeceira do leito, sobre o elegante guéridon de jacarandá, estava uma dentadura patenteiando um céo de bôcca postiço e acinzentado, feito de massa!. E aquella monstruosidade era de Paula, elle bem a conhecia pelos pequeninos dentes eguaes e perfilados correctamente. Então, sentindo enormes dôres em todo o sêr, com o espirito prostrado pela emoção violentíssima, Alfredo cambaleou, soluçando, e foi caír á beira do leito, lavado em lágrymas, a murmurar n'um gemido:
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