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ALBUM PHOTOGRAPHICO-LITTERARIO - POR - C. MORAES & S. FERREIRA. Álbum fotográfico. [Moraes, Luanda]. ca. 1894. Conjunto de 53 albuminas. Formatos: desde 5,5x9 cm até 15x22 cm. Montagens em 42 cartolinas singulares (soltas, de 24x31 cm) com as fotografias (albuminas) coladas nas referidas cartolinas e tipografadas com uma legenda atribuída pelos autores. Acondicionado em caixa oblonga original do editor (de 26,5x34,5 cm) ao estilo de uma encadernação gravada a ouro com os títulos sobre a lombada e na pasta anterior. Material em percalina vermelha com pequeno fecho em cobre. O título «ANGOLA VISTAS E CUSTUMES 2º ANNO» é apresentado na lombada do álbum. Conjunto de fotografias originais, executadas pelos vários fotógrafos da «Photographia Moraes»., apresentando, no entanto, a autoria de José Augusto da Cunha Moraes e S. Ferreira. Estas fotografias resultaram de um levantamento extensivo de alguns territórios de Angola e Cabinda e eram destinadas a ser vendidas por assinaturas anuais em séries ou sortidas, tendo como objectivo editorial atingir os 100 exemplares por série, (segundo informação de especialistas), mas cujo número nunca terá sido alcançado pelos autores. José Augusto da Cunha Moraes (1855-1933) é considerado um dos melhores fotógrafos portugueses do século XIX. Viveu durante o período em que se iniciaram as grandes viagens de exploração científica no continente africano, retratando de forma exemplar a África Ocidental, sendo as suas imagens consideradas verdadeiras obras de arte. Este conjunto fotográfico releva-se de grande importância por ter sido recolhido em locais muito distantes da capital da província de Angola e apresentar muito tipos humanos que permitem uma quase etnografia visual. Retrata a vida nas feitorias comerciais em Angola e Cabinda, assim como os trajes e costumes dos seus habitantes e ainda as fotografias formais dos seus chefes tribais (sobas e quimbandas). Este álbum complementa outro álbum de fototípias dos mesmos autores, no qual é abordada a vida quotidiana na cidade de Luanda (vide refª. Castro e Silva 1509JC012), com o título AFRICA OCCIDENTAL. ALBUM PHOTOGRAPHICO E DESCRIPTIVO, impresso por David Corazzi ? Editor. Lisboa. S/d. [1885-1888?], com 61 fólios. A partir da década de 70 do século XIX ficou claro que só o direito histórico não seria suficiente e que a presença portuguesa dependia do alargamento para o interior e do registo documental das possessões reclamadas. Começaram assim a ser organizados planos destinados a promover a exploração do interior da África. Nesse contexto, a Sociedade de Geografia de Lisboa, defendendo a necessidade de formar uma barreira às intenções expansionistas britânicas, organizou uma subscrição permanente para manter estações civilizadoras na zona de influência portuguesa do interior do continente, definida num mapa como uma ampla faixa da costa à contracosta, ligando Angola a Moçambique. Nascia assim o chamado "Mapa Cor-de-Rosa". No entanto, esta ligação entrava em conflito com o projecto britânico de criar uma ferrovia que unisse a África de Norte a Sul (Cairo-Cidade do Cabo), e os conflitos que daí resultaram culminaram no ultimato de 1890 e, dada a falta de capacidade de resposta de Portugal às forças britânicas, coloca um fim nas pretensões portuguesas enunciadas no Mapa Cor-de-Rosa. Restaram as feitorias e os entrepostos servidos por cabotagem. Entre outras, a Companhia de Navegação a Vapor do Quanza tinha iniciado a primeira rota regular de barcos a vapor entre o Dondo (província do Quanza Norte) e Luanda em 1866. A empresa tinha sido fundada em 1864 e comprada em 1882 por Izaac Zagury & Ca. Marcus Zagury, negociante judeu instalado no Dondo e com ligações a capitais britânicos, teve um papel importante como intermediário de estaleiros ingleses. As palavras-chave de nomes (onomásticos) que constam nas legendas deste trabalho são as seguintes: Sanzalla Sanzala Caxito Mabubas Quejanda Dande Massangano Moleques Molecas Fazenda Bom Jesus Fazenda Prototyp.
Seller Inventory # 1803JC001
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