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314 pp. Sellos de librería en página de cortesía. A. Tenório d'Albuquerque tem-se especializado em estudos lingüísticos, para os quais o chama incoercível vocação. E, como amante da Filologia que é, não poderia desestimar o maior prosador brasileiro de todos os tempos - Ruy Barbosa. Ao mestre insigne dedicou o Sr. Tenorio de Albuquerque um livro intitulado: "A linguagem de Ruy", no qual coligiu cerca de 2.500 vocábulos não consignados nos glossários luso-brasileiros. Isso representa maior soma de modismo do que é consignada, em livro igualmente prestante, do escritor amazonense João Leda. No seu novo trabalho, o Sr. Tenorio d'Albuquerque estuda o que chama "contradições de Ruy" e que sâo usos do Mestre por êle mesmo condenados. Galicismos charros como assassinato, desolado, avalanche, desalterar, víveres, massacre usou-os Ruy em certo período de sua atividade literária e por isso o anota com justiça, o autor deste curioso trabalho. Expressões errôneas como "caráter de" no sentido de "precisar" também as teve o Mestre, posto que as tivesse condenado em outros. De mesmo mal padeceram outros grandes escritores: haja vista Camilo, em quem não é raro apontar incongruências dêsse teor, nada obstante ser êle um dos mais ágeis manejadores da língua que já existiram em Portugal e Brasil. Muitas das expressões condenadas pelo Sr. Tenorio d'Albuquerque pertencem, todavia, a épocas em que Ruy não se aprofundara ainda no estudo da língua tais são os trechos de "O papa e o Concilio", obra escrita na Inglaterra, ao último decênio do século XIX, e longe, ainda da fase filológica na atividade genial de Ruy. O projeto de redação do Código Civil e a céLebre discussão gerada entre Ruy e seu antigo mestre, o professor Carneiro Ribeiro, marcam o momento culminante dos estudos especializados da "águia de Haia". Foi, realmente, nos dois últimos decênios de sua vida que Ruy Barbosa aperfeiçoou seus conhecimentos de lingüística e pôde erigir o maior monumento de saber fllológico já aparecido aqui e em Portugal. O livro do Sr. Tenorio d'Albuquerque é utilíssimo, porém, aos estudiosos e, por justificar o tema, também encerra suas contradições: o de aparecer no título e alto das páginas o nome de Ruy com i e o de grafar, no texto, o nome de Ruy com y. A nota final, que o autor insere, não explica essa anomalia - o que prova que as contradições são mais comuns do que nos parece, a todos." - Jornal do Commercio -- Domingo, 24 de Maio de 1942. Seller Inventory # 006809
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