Escrito por um líder zapatista e um romancista, Mortos Incômodos é, ao mesmo tempo, uma trama policial e um manifesto contra os abusos de poder no México. A idéia do livro foi lançada pelo subcomandante Marcos, que convidou o escritor mexicano Paco Ignacio a escrever a quatro mãos. Inicialmente publicados em doze fascículos dominicais entre dezembro de 2004 e fevereiro de 2005 no jornal La Jornada, os capítulos foram reunidos em livro meses depois.
Para quem não conhece os textos do Subcomandante é surpreendente o bom humor de seu estilo, que não compromete, entretanto, a contundência de suas críticas.
Mortos incômodos é a história da perseguição a um tal "Morales", suposto assassino de um militante, dado como morto em 1971, mas que estaria fazendo ligações acusando seu algoz. Um detetive particular é designado para seguir, na cidade do México, o rastro de Morales, que seria fonte e eixo de inúmeros crimes cometidos à sombra do aparato estatal mexicano.
Paralelamente a essa investigação, desenvolve-se outra em Chiapas. Nela, o investigador zapatista Elías Contreras recebe a missão de encontrar também um certo "Morales". Segundo os papéis que o filho do romancista espanhol Manuel Vázquez Montalbán faz chegar ao EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional), Morales estava envolvido em operações criminosas para a venda de recursos naturais para multinacionais, em uma estranha conexão que vai de Barcelona à cidade do México, passando pela selva.
Em determinado momento, as histórias se cruzam e a verdadeira identidade de Morales - ou seria dos Morales? - é revelada. Existem muitos Morales, mas eles são apenas os operadores dos crimes. Porém, "Quando há um crime, há que buscar o culpado acima, não abaixo. O Mal é o sistema, e os Maus são aqueles que estão a serviço do sistema". Em última instância, Mortos Incômodos pode ser lido como uma visão original sobre a corrupta realidade política contemporânea.
Os direitos do livro foram vendidos [...]
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