O Brasil esta vivenciando a mesma experiencia dos EUA pre-crise imobiliária, devido ao forte controle da taxa de juros em prol das políticas econômicas, o que gera forte instabilidade do produto e ampliação do ciclo econômico, criando assim uma expansão econômica artificial provocada pelas interferências de governo. Três os fatores apontados como responsável pela crise imobiliária ocorrida nos Estados Unidos em 2008: manutenção da taxa de juros muito baixa por período prolongado, fortes incentivos na universalização da moradia com afrouxamentos em análise de crédito, e restrições pontuais à expansão da oferta que pressionaram os preços. Um dos principais responsáveis pelo aumento das aquisições de imóvel no Brasil foi o aumento da oferta de crédito, que agiu aliado à estabilização e posterior crescimento econômico, aumento da renda, diminuição do desemprego. O número de operações de financiamento imobiliário, a partir de 2008, aumentou de quase 350%, fazendo com que esta modalidade de crédito se tornasse a segunda maior modalidade para pessoa física representando 25% do total. O financiamento habitacional por ser impulsionado por duas variáveis principais, juros e renda, e por ser uma atividade de longo prazo, é extremamente dependente de uma situação econômica estável e favorável, que permita reduzir os riscos nas operações. Isso requer que o poder público implementar políticas e metodologias afinadas com a confiabilidade do mercado no sistema, fundamentais para um bom funcionamento do sistema de crédito habitacional.Assim, políticas monetárias de manipulação da taxa de juros e expansão do crédito bancário sem respectiva contrapartida em aumento de poupança, são geradores de crises econômicas. E isto é o que vem ocorrendo no Brasil. As taxas de juros para financiamentos imobiliários são subsidiados e bem abaixo das taxas de juros das demais operações bancárias.Além disso, a expansão nos incentivos para obras de infraestrutura para os megaeventos e para o setor especifico da construção civil, a realização de políticas públicas de incentivo à aquisição de habitação própria para classes de baixa renda através do programa Minha Casa Minha Vida (o que criou a expectativa de valorização dos imóveis), fecha a soma dos fatores que estariam promovendo o superaquecimento do mercado imobiliário brasileiro.A expansão artificial do crédito é fator preponderante na formação de bolhas. A perda de controle sobre a estabilidade econômica pode recrudescer a inflação e forçar um aumento nas taxas de juros que prejudicariam os contratos de financiamento, e as atuais políticas fiscais e monetárias do governo brasileiro são claramente inflacionárias. Tais políticas levarão inevitavelmente ao aumento do custo de vida no Brasil, e a todos os demais custos associados com o recrudescimento do processo inflacionárioE quando o governo brasileiro for obrigado a aumentar a taxa de juros doméstica, haverá um impacto direto desta medida no setor imobiliário. Então, será a vez do Brasil lidar com uma crise criada exclusivamente pelo mau gerenciamento das políticas fiscais e monetárias do governo brasileiro. Não terá sido o mercado o criador da crise, mas o governo do Brasil.Existe sim uma “bolha” no mercado imobiliário brasileiro, mas o pior é que está sendo criada e sustentada pelo governo.
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